Tudo o que pensamos, vivemos, sentimos, queremos.

29 de abril de 2011

Meu eu, minha sina.

Vítima? não sou. Muito menos sem culpa. Aliás, é pela falta de culpados neste crime tão sombrio que eu me torno o personagem principal, e com razão. Não sou um anjo. Ao contrário, sou um acervo de defeitos, caretas, chatices e monstros interiores. Sei a cela e tenho a chave da cela onde estão aprisionados cada um destes monstros. Vez ou outra os solto, involuntiariamente.
Um medo que tenho, é de que haja uma revolta interior em mim. Paradoxalmente, esta é a minha maior esperança. Sabe quando você quer que algo aconteça mas tem medo? tenho a esperança de que, um dia, o meu eu se revolte contra mim mesmo, e assim, eu deixe de ser o bandido que sou. Meus planos é tornar-me um assassino, daqueles bem cruéis e sangrentos, e matar, individualmente, cada monstro que em mim reside. Fazendo isto, não serei menos pior, mas creio que farei as pazes com a minha consciência. Terei fama de assassino e ouvirei vociferações contra mim, vociferações estas que virão de dentro de mim mesmo, mas não me importo. Já disse, não sou um anjo.
E é certo que cada homem tem seus monstros interiores. Uns, os mantêm escondidos e os tratam muito cordialmente, para que não transpareçam; alguns chegam até a fazer acordo para que fiquem quietos. Outros, têm seus monstros tão intensos que chega a ser difícil discenir quem é quem. Mansos ou bravos, os monstros existem e dentro de nós, e são eles que nos fazem ser os bandidos de crimes horriveis. Vítimas? cada um de nós somos e não somos. Anjos? sem chance de argumentação. Monstros? todos temos, não poucos, e conhecêmo-los bem. Basta-nos domar estes que queremos matar. Se os tais dormirem, será mais fácil a chacina.

Cleison Brugger.

Nenhum comentário:

Postar um comentário