Tudo o que pensamos, vivemos, sentimos, queremos.

29 de abril de 2011

Meu eu, minha sina.

Vítima? não sou. Muito menos sem culpa. Aliás, é pela falta de culpados neste crime tão sombrio que eu me torno o personagem principal, e com razão. Não sou um anjo. Ao contrário, sou um acervo de defeitos, caretas, chatices e monstros interiores. Sei a cela e tenho a chave da cela onde estão aprisionados cada um destes monstros. Vez ou outra os solto, involuntiariamente.
Um medo que tenho, é de que haja uma revolta interior em mim. Paradoxalmente, esta é a minha maior esperança. Sabe quando você quer que algo aconteça mas tem medo? tenho a esperança de que, um dia, o meu eu se revolte contra mim mesmo, e assim, eu deixe de ser o bandido que sou. Meus planos é tornar-me um assassino, daqueles bem cruéis e sangrentos, e matar, individualmente, cada monstro que em mim reside. Fazendo isto, não serei menos pior, mas creio que farei as pazes com a minha consciência. Terei fama de assassino e ouvirei vociferações contra mim, vociferações estas que virão de dentro de mim mesmo, mas não me importo. Já disse, não sou um anjo.
E é certo que cada homem tem seus monstros interiores. Uns, os mantêm escondidos e os tratam muito cordialmente, para que não transpareçam; alguns chegam até a fazer acordo para que fiquem quietos. Outros, têm seus monstros tão intensos que chega a ser difícil discenir quem é quem. Mansos ou bravos, os monstros existem e dentro de nós, e são eles que nos fazem ser os bandidos de crimes horriveis. Vítimas? cada um de nós somos e não somos. Anjos? sem chance de argumentação. Monstros? todos temos, não poucos, e conhecêmo-los bem. Basta-nos domar estes que queremos matar. Se os tais dormirem, será mais fácil a chacina.

Cleison Brugger.

26 de abril de 2011

Obviedades.

Fácil, encontrar a faixa intermediária; fácil, repetir o convencional; fácil, caminhar na trilha repisada; fáceis, as obviedades.

Ricardo Gondim.

21 de abril de 2011

Um pouco sobre mim.

Sentimental. Sim, eu sou. Não muito, mas sou. Não, não é coisa de "mariquinha", aliás, todos nós somos um pouco. Qualquer valentão fica sensível e vulnerável ao ver uma criança de 6 meses de idade sorrindo; qualquer um exerce humanidade e fica sentimental ao contemplar a dor do semelhante.

Sou sentimental. Daqueles, que tem ciúmes de amigos, ciúmes da garota que está afim, que sente ao ver alguém mendigando, que sorri ao ver uma menina brincando, que se apega muito facilmente a uma nova amizade. Sim, sou desses. Não escondo quem sou. Aliás, preciso expor o pouco que sei sobre mim. Contudo, junto com todo este sentimentalismo, há em mim uma contradição: não choro facilmente. Não demonstro emoções, por mais fortes que elas sejam (embora eu as sinta profundamente). Consigo sorrir frente à grande dor e consigo enganar, em face rústica, a alegria em mim habitual.

Não sou um amor de pessoa, mas uma pessoa dada ao amor. Gosto da ideia de afetividade. Retribuo abraços. Não fico de beijos. Valorizo uma boa conversa. Aceito um convite para um café. Gosto de gente mais velha, que possua experiências que me possam repassar. Gosto do frio, da serra, de pinheiros e do cheiro de alfazema. Algumas poucas vezes, fico triste sem razão. Odeio cálculos, mas gosto de pensar. Exatas não é meu forte, minha área é humanas. Não sou orgulhoso, nem invejoso, mas geralmente sou exibicionista. Sim, este é um dos problemas diários que eu tenho lidado.

Poucas coisas me satisfazem. Um momento me inspira. Quando muito, uma pessoa. Sou tímido, não muito, mas o suficiente pra me privar de muitas coisas. Se num diálogo a conversa terminar, não conte comigo para pautar um próximo assunto. Não sofro com Transtorno bipolar, nem de personalidade, mas me adéquo ao momento, ao clima, as pessoas e a situação. Posso ser muito diferente; algumas vezes, irreconhecível.

A priori, sou gente, com dúvidas, medos, fantasmas interiores e pés no chão. Sei quando piso em terra, quando em barro e quando em mármore. Uma das características que mais admiro nesta minha personalidade falhada é a auto-crítica. Não sou de pedir opinião, pois sei quando algo está bom ou ruim, e quando algo me satisfaz. A coisa que, na minha opinião, é mais apropriada a ser feita e a mais eficaz a se buscar, é a oração. Valorizo um momento a sós com D-us. E assim, nas palavras de Alberto Caeiro, concluo: "sinto todo o meu corpo deitado na realidade, sei da verdade e sou feliz."

Prazer, sou gente como você.

Cleison Brugger.

20 de abril de 2011

Epitáfio do ex melhor amigo da vida toda.

A gente observa as fotos antigas e abre um sorriso amarelo quando vê as pessoas que se mostram nelas. E reflete, sobre si próprio. A vida é uma grande lagarta. Que vira casulo, depois vira borboleta. E volta a ser lagarta. E tudo se repete, de forma diferente. Nenhum segundo é igual ao anterior, no fim das contas, as coisas mudam. Se transformam.
Muda a manchete do jornal, muda a garota do tempo. Muda a playlist, muda o guarda-roupas. Muda o cabelo, muda a cidade. Emagrece, engorda, entra na academia. Muda de namorada, muda de cep, muda de telefone. Mudam as prioridades, mudam os objetivos. Muda o apelido, muda de emprego. Amadurece, fica mais sentimental. Muda a forma de falar, muda a forma de andar. Muda a voz, muda de canal. Muda de namorada de novo, muda de endereço pela terceira vez. Troca a bicicleta velha pelo carro novo. Muda a pessoa que surge na sua mente quando toca aquela música. Mudam as paixões, mudam os portos seguros. Muda o lugar preferido, o prato preferido, o autor preferido, o filme preferido.
O tempo faz o seu trabalho, as fotos velhas são seus atestados de que ele ainda está passando por aqui, e nada o fará parar. Tudo, tudo, tudo muda. E ninguém avisa pra gente que se mudarem os amigos, rapaz, é sinal de que mudou definitivamente tudo.

18 de abril de 2011

Salve, Monteiro Lobato!

"Marmelada de banana, 
bananada de goiaba, 
goiabada de marmelo, 
Sítio do Pica-Pau amarelo."

A música é de Gilberto Gil, mas a estória, inigualável por sinal, é do magistral escritor Monteiro Lobato, tido como o maior escritor infantil brasileiro de todos os tempos. Todos nós, algum dia, já ouvimos falar do famoso caipira Jeca-Tatu e do inesquecível Sítio do Pica-Pau amarelo, com Tia Anastácia, Narizinho, Vó Benta, Emília e a temível Cuca.
Por esta razão, antes das 00:00hs, quero homenagear e parabenizar este tão singular escritor, por ter feito a cabeça de muitos, com escritos espetaculares. Monteiro Lobato, nesta segunda-feira (18) completou 129 anos, de puro (in)esquecimento e memória. Salve, Lobato!

Necessidade.

Necessidade louca essa.
Já tenho blogs, escrevo sempre coisas novas, mas a necessidade que sinto de continuar escrevendo, e o que é pior, coisas inusitadas, é extrema. Por esta razão, apareço mais uma vez por aqui.

Não quero ser categórico aqui, mas quero apenas escrever. Não tenho a presunção de ter seguidores, de ser lido sempre e nem de sempre estar escrevendo. Faço mais este blog por pura necessidade. Aqui, quero expor meus devaneios, minhas emoções, minha vida à partir dos 18.

Quero reunir meus amigos nesta sala, sentar com Augusto dos Anjos e Drummond, cantar com gente querida e expor, de tudo um pouco.

Espero não ser expulso. Espero não ser querido.

Cleison Brugger.