Tudo o que pensamos, vivemos, sentimos, queremos.

2 de fevereiro de 2012

Mudanças


As mudanças do homem - não em sua totalidade, é claro -, concernentes a si mesmo, começam quando ele ouve a respeito de si pela boca de outros. Se ouve que tem falhas no caráter, se propõe a melhorar. Se ouve que erra sobremodo, dá um jeito de acertar. Se ouve que é emburrado, tenta, então, ser feliz. Se ouve que é muito sério, logo depois vem vestido com camisa listrada (camisa listrada acaba com a seriedade!)

Não de todo, mas às vezes, é necessário ouvir a outros. Tem coisas sobre nós que só sabemos porque alguém nos disse (acredite! experiência própria). Existem chatices em nós que, se soubéssemos que eram chatices, jamais que as teríamos. Mas só sabemos que há, porque alguém as apontou.

Contudo, eu, particularmente, considero isso perigoso. Nem sempre opiniões e juizos de valor alheios devem se tornar diretrizes para a vida.  Na verdade, quem te conhece de fato, senão você mesmo? Não digo com isso que a opinião dos outros é inválida. Na verdade, existem espinhos em nós que só percebemos quando os mesmos ferem a alguém. Mas saiba a quem ouvir. Tem gente que mal sabe o nosso nome, e mesmo assim quer meter o bedelho na maneira como deveríamos proceder, nos vestir ou a raça de cachorro que mais combina com a gente. Ouça aqueles que te conhecem! que sabe de suas manias, maneiras, mazelas. Ouça os que te ouvem. Quem jamais ouve outrém não é digno de ser ouvido falar.

É em vivendo que se aprende a viver. Ninguém jamais será um exímio paquerador se jamais uma segunda pessoa se apresentar para o colóquio. Só quero dizer que, antes de sair às ruas, conheça a si mesmo. Não há nada mais suspirante do que sair nas ruas e encontrar, na massa desenfreada, um alguém gentil, educado, sóbrio. É um acalento! Isso se dá porque antes do supracitado alguém ouvir a outros, ouviu a si mesmo. Em pensando fazer outros felizes, fez feliz a ele primeiro. Como alguém uma vez disse, "se você é solteiro e é infeliz, é porque nem você se aguenta". À parte os que sempre terão o que dizer de nós, é deveras essencial a auto-crítica. E se, depois disso, ainda ouvires rumores a respeito de ti, diga: "falem mal, falem bem, mas falem de mim". Tem gente que gasta tanto tempo falando dos outros, que não sobra tempo de olhar para si e mudar a si mesmo.

Cleison Brugger