Tudo o que pensamos, vivemos, sentimos, queremos.

13 de maio de 2012

Um tributo a minha mãe

Mãe, o primeiro riso sincero que vi foi o teu. Na verdade, nunca vi alguém tão feliz por, um dia, ter me visto. És prova de sinceridade, lealdade, amor. Pelo melhor amigo não te troco. Pelo maior romance não te nego: és tu meu grande amor.

Sei que sofreste para que eu viesse até aqui. O parto foi complicado, sei bem.
Testemunhas oculares dizem que quase perdeste tua vida, para poupar a minha.
Vejo nisso um brilhar de Jesus Cristo. Se Ele é autor da fé e da vida, tu és a co-autora,
pois em olhando para ti enxergo Deus, o amor e os atributos imaculados que só uma mãe pode ter.

Sei que, por muitas vezes, deixo de te fazer coisas porque acho que estou crescido. Não peço a bênção, não dou abraço e não digo que amo. Na verdade, estou em grande pecado, pois o próprio Altíssimo entendeu o teu valor, imputando-lhe um juramento: "honra a tua mãe para que se prolonguem teus dias sobre a terra".  A Bíblia chama este de "o primeiro mandamento com promessa". Ter das bênçãos está condicionado à obediência a ti, mãe. Viver mais é sinal de te amar mais, e honrar-te.

Como tu és bela. Teu sorriso, tua seriedade, tua compostura. Vez ou outra te pego em flagrante com a porta aberta me deixando completamente perplexo: estás a orar por mim. Vez ou outra te encontro com os olhos avermelhados. Decerto, acabara de sair da presença do Senhor, rogando a Deus por minha vida. És aquela que torce por mim, mãe. Pelo meu sucesso, triunfo, conquistas. De ti não vem invejas. Aprendi o que era falsidade com os outros, nunca contigo! Sempre falas na minha cara e nunca por trás! Nunca medis as palavras! Os safanões, de igual modo, foram sem medidas. No entanto, não morri. És a única pessoa que mesmo me batendo, não consigo deixar de amar. Mesmo me mandando engolir o choro, sempre me dizias que me batia por este e aquele motivo. Contigo aprendi, mãe, que nem todo beijo é amizade e nem todo tapa é de má fé.

Hoje não é teu dia. Um dia para ti é pouco. Teu são os meses, os anos, os milênios! És bela rainha, que mandas e desmandas e faz o mais profícuo dos poetas se calar. Uma palavra tua, e quase tremo. Tua palavra tem poder, mãe. Está sol lá fora, mas se tu diz que vai chover, lá vem temporal. Se diz que vai esfriar, é melhor levar a jaqueta. Tens cuidado de mim, mãe, como ninguém. Quando eu caio, o meu mais chegado amigo ri, antes de ajudar, mas você, me levanta, olha pra mim e pergunta se estou bem. Nunca ris de mim. Sempre ris pra mim. Perdão por não retribuir, mãe.

Dizem que só damos valor quando perdemos, mas não quero te perder pra dar valor. Quero te valorizar ao extremo, até o dia em que a morte interferir na vida e te levar de mim ou eu de você. Enquanto isso, te honro, para viver muito, ao teu lado.

Cleison Brugger