Tudo o que pensamos, vivemos, sentimos, queremos.

28 de agosto de 2011

Se foram.

Sabe da tia Laudilina? então, partiu.
Sabe do menino com o qual se brincava na rua?
pois bem, cresceu e foi trabalhar.
Sabe do armazém da esquina no qual se comprava besteiras?
faz um tempo, se fechou.
Sabe daquela roupa, com listras azul e vermelho, que tanto gostava?
por descuido, rasgou-se.
Sabe daquele dia em brincamos de esconder entre as plantas do quintal?
então, ele não voltará.
Sabe do dia em que, voltando do colégio, sentamos na rua e sentimos da chuva?
que lembrança, não?
Sabe dos amigos que antes estavam e agora se foram?
lembranças deixaram e lágrimas também.
Sabe do sorriso e gargalhadas que dávamos com eles?
certamente, não são os mesmos hoje!

Tanta coisa se foi, tanta lembrança ficou e tanta saudade deixou...
Na verdade, quem os deixou ir? quem deu permissão para que se retirassem? Ora, não me despedi adequadamente. Faltou dar um adeus bem dado, um "obrigado por tudo" e um abraço acalorado.
Agora, o que restam são lágrimas e lembranças. Ah, e um futuro, que me traz a esperança de rever os que partiram e chorar lágrimas de alegria e nostalgia.
Vida, breve vida.

Cleison Brugger

25 de agosto de 2011

O rosto de Deus


  "Faze com que a luz do teu rosto brilhe sobre nós" - Salmo 4.6b

O rosto de Deus reflete glória, majestade, beleza, esplendor, bondade, magnitude, amor, mas também reflete ira, furor, ódio e impetuosidade, tudo isto numa mesma intensidade. Se o amor de Deus é plenamente abundamente, também o é sua ira; se a afeição de Deus é perfeitamente ampla, também o é seu furor. Quando as Escrituras dizem que "Deus é amor" e que  "Deus é ira", está nos mostrando que Deus é plenamente abundante em todos os seus atributos. Deus não é mais amor do que ira e vice-versa. Se Deus é perfeito, então todos os seus atributos também o são, sem tirar, nem por. Só existe uma diferença entre um e outro: o Seu amor dura para sempre (Sl. 136.1), mas a Sua ira, dura só um momento (Sl. 30.5). Contudo, a mesma disposição que temos em receber o amor do Eterno, não tenhamos em receber Sua ira. Tal qual um Sol que da calma manhã até o crepúsculo do dia, raia com sua imponência, assim é o amor e a ira de Deus: faz toda a diferença se você sente o raiar do Sol às 9 da manhã, do que às 3 horas da tarde. É o mesmo Sol, numa mesma intensidade (ele não é mais Sol à tarde do que de manhã), só muda o período.

Enquanto pecadores e, por natureza, filhos da ira (Ef. 2.3), o nosso clamor a Deus é: "esconde a tua face dos meus pecados" (Salmo 51.9b), pois "o rosto do Senhor volta-se contra os que praticam o mal, para apagar da terra a memória deles" (Sl. 34.16-NVI) e ainda "os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos atentos às suas orações; Mas o rosto do Senhor é contra os que fazem o mal" (IPd. 3.12). A face do Senhor é santa e, por esta razão, o pecador não consegue olhar para ela. Diante da face do Senhor, os homens tremem (Ez. 38.20).
Mas quando somos atraídos a Cristo pelo Pai (Jo. 6.44) e, assim, cremos e confessamos acerca de Jesus: " Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo" ( Mt 16.16), o Espírito Santo comunica ao nosso coração para que possamos ter condições de olhar para a Face de Deus: "Quando tu disseste: Buscai o minha face; o meu coraçäo disse a ti: A tua face, SENHOR, buscarei" (Sl. 27.8).

A partir disto, passamos a ter prazer na santa face de Deus e conseguimos olhar para ela, pois para os salvos "na luz do rosto do rei está a vida" (Pv. 16.15) e, por isso, clamamos como Davi: "faze a luz do teu rosto brilhar sobre nós" (Sl. 4.6b), pois da luz do rosto de Deus emana vida, glória, graça, beleza, virtude e tudo o que é santo, bom, belo e agradável.  Assim como a intensidade do Sol é a mesma, mas fará diferença se olharmos para o Sol às 7 da manhã e às 3 da tarde, assim a intensidade do rosto de Deus é a mesma, mas enquanto os pecadores dizem: "afasta de nós o Teu rosto", os santos clamam: "faze brilhar sobre nós a luz da Tua face". O sol é apenas uma pequena faísca comparado ao brilho do nosso Redentor.

"E no meio dos sete castiçais um semelhante ao Filho do homem, vestido até aos pés de uma roupa comprida, e cingido pelos peitos com um cinto de ouro. E a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve, e os seus olhos como chama de fogo; E os seus pés, semelhantes a latão reluzente, como se tivessem sido refinados numa fornalha, e a sua voz como a voz de muitas águas. E ele tinha na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada de dois fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece" (Ap. 1. 13-16).


Preparemo-nos para encontrá-Lo face a face (ICo. 13.12), tal como Moisés O viu (Ex. 33.11).


Cleison Brugger

20 de agosto de 2011

Eu quero ser feliz agora(!) - Oswaldo Montenegro

Ouça esta bela canção metafórica do cantor, compositor e poeta Oswaldo Montenegro. Vale muito a pena ouvir. Na minha opinião, é claro.



Se alguém disser pra você não cantar
Deixar seu sonho ali pro um outra hora
Que a segurança exige medo
Que quem tem medo Deus adora
Se alguém disser pra você não dançar
Que nessa festa você tá de fora
Que você volte pro rebanho.
Não acredite, grite, sem demora...

Eu quero ser feliz Agora

Se alguém vier com papo perigoso de dizer que é preciso paciência pra viver.
Que andando ali quieto
Comportado, limitado
Só coitado, você não vai se perder
Que manso imitando uma boiada, você vai boca fechada pro curral sem merecer
Que Deus só manda ajuda a quem se ferre, e quando o guarda-chuva emperra certamente vai chover.
Se joga na primeira ousadia, que tá pra nascer o dia do futuro que te adora.
E bota o microfone na lapela, olha pra vida e diz pra ela...

Eu quero ser feliz agora

Se alguém disser pra você não cantar
Deixar seu sonho ali pro um outra hora
Que a segurança exige medo
E que quem tem medo Deus adora
Se alguém disser pra você não dançar
Que nessa festa você tá de fora, que volte pro rebanho.
Não acredite, grite, sem demora...

Eu quero ser feliz Agora

13 de agosto de 2011

Vida no sertão

Eis que ela vem e logo perdemo-la ali. Eis que ela vai e brevemente virá em regresso. Dizem por ai, mas precisamente pelas campinas de Araxá, que essa tal é a última a ser morta, embora poucos já viram, um dia, essa bendita morrer. Uns dizem que constataram sua morte na rua dos conselheiros, mas provas do fato não há. Outros dizem que poucos dias depois de ter sabido da  morte da dita cuja, a viram perambular pelas ruas do sertão. Se morre, não sei, mas que vive, é indubitável.

A vida no sertão é difícil. Marias e Severinas com seus bacuris no colo, magrelos, famintos, com bicho do pé e barriga d'água. Sentadas na soleira ficam, esperando os Joãos e Josefos chegar. Embora a notícia de antemão se anuncia (por horas labutei / descanso não encontrei / fartura também não achei), elas ficam lá sentadas, junto com a maldita que nunca morre e só serve pra remoer as emoções mais do que abaladas pela tragédica realidade que ali se passa.
Ora, esperança, não vês que aqui não tens lugar? Olha ao teu redor, esperança, vês se há condições de, nesta cena, atuar? há crianças famintas, mães que choram, homens tristes e animais semi-mortos, e porque tu ainda vens, criando no coração dessa gente um sentimento de que "as coisas podem sim melhorar"?

Enquanto a maldita esperança arruma as trouxas para dali arredar o pé, uma mãe grita da porta, com seus olhos fundos, mas convictos, dizendo algo assim: "Vai não, esperança, fica! há vida no sertão. Os meninos me disseram que, embora a fome exista, há vontade de viver. Eu, que embora entristecida, fatigada e em farrapos, sei que se tu for embora, ai mesmo jeito não teremos!" no que diz a esperança: "Ora, mas não achas que só sirvo para iludir-vos?", no que, sem tempo, é objetada: "Nada disso, esperança! é contigo que, de manhãzinha, na minha reza a Santo Alguém, me apego com firmeza, olhando para o meu ontem, lembrando das aflições e olhando para o meu hoje, vendo pela janela que o Sol voltou de novo e acreditando que neste dia novo, as coisas podem dar certo e os meninos podem viver mais um bucado".  

Cleison Brugger

11 de agosto de 2011

Simples, mas solene.



E numa tarde chuvosa, coisas normalmente insistem em vir à memória – coisas boas e ruins. Interessante é que mesmo que não as queira pensar, tais lembranças estão ali batendo à porta da memória para enfim vir à tona.

Lembranças... São muitas das vezes incoerentes, desordenadas e ate fugaz. E seja olhando a chuva cair lá fora, andando na rua, escutando músicas antigas, olhando um retrato na estante ou apenas em lugar qualquer com os olhos fechados, elas aparecem. E aquele clima meio que etéreo trás consigo a capacidade de te arrancar lágrimas – sim, arrancar. Porque elas caem sem que mesmo tenhamos dado permissão.

De repente, acordando sem mesmo ter cochilado. Olhamos além da janela e percebemos que a chuva simplesmente deixou de dar o ar de sua graça e observamos assim o crepúsculo deixado por ela. E tal cena imediatamente busca lembranças de um verão com amigos, de um café da tarde admirando o sol sentado na varanda, da saudade de quem namora ou ate da vontade de ver quem se enamora.

Lembranças vêm e vão a todo o momento. A questão é que nem sempre estamos atentos a elas. Que é preciso que a vida nos dê uma tarde chuvosa ou um crepúsculo para que possamos ter a gentileza de atentá-las. É necessário perceber a importância de cada lembrança e o que cada uma em sua singularidade ensina, faz sentir, deixa saudade e mostra a falta de algo, mesmo que outrora não fosse necessário e que hoje é preciso.


Seja sensível à pequenas coisas como, simples lembranças!


Anne Albuquerque

8 de agosto de 2011

Você é o melhor que nós temos

Inegavelmente no dia 09 de agosto do ano de 1991, no horário de 12h05 da tarde, foi dada à humanidade uma dádiva. Pensada, criada e elaborada por Deus, que ao pensar em criar já sabia como seria, quais as obras e missões lhes daria, quais os dons e talentos derramaria naquele ser, que viria para iluminar a vida de muitos. E assim Ele o fez: pensou, criou e eis que nasce Pâmela Marques. Criada para crescimento de sua obra.

Privilegiados são os que podem conviver e conhecer. E aos que já a conhecem, amar e admirar são conseqüências.

Quando o assunto é amizade – um de seus dons mais lindos – isso mesmo ela tem o dom da amizade. Cada amigo tem momentos como filho, irmão e pai dela ao mesmo tempo, tornando-se assim da família. E é incrível como sempre cabe mais um.  Ela aconselha, diz palavras bonitas, mas também repreende e é assim que ela mostra seu amor, ela briga e logo está as mil maravilhas, ela quer sempre estar sabendo das coisas para ajudar ou, simplesmente, para se alegrar e é importantíssimo que seja assim.

Ela tem um jeito só dela, meio durona e ao mesmo tem doce, tão doce quanto o significado do nome dela – doce como mel – Mas só os que a conhecem de verdade conseguem enxergar o lado doce dela.

Por fim, concluo que é impossível conhecer Pâmela Marques e não se apaixonar por essa menina em momentos de brincadeira, adolescente quando chora sem saber o motivo, mulher quando mostra o quanto é decidida e varoa quando usa seus dons para o crescimento do Reino de Deus. É meu caro, impossível não se apaixonar.

A você, nosso PARABÉNS!
É fato que amamos você.

Anne Albuquerque

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MENINA-MULHER

Nasceu, como todo ser deve nascer. Imagino: pretinha, de olhos brilhantes e com uma bela missão. Já na maternidade, berrando, escutava-se nos corredores: "ouça o choro da menina, que há pouco instante nasceu. Já no choro, ouve-se o timbre, o ressoar da voz do grande Deus".

Já nascida, já menina, já grandinha, já brilhava. Pela raça, pelo timbre, pela vida, era doce. Marrentinha, voz potente, olhos firmes, inegável era que seria alguém importante, mulher decidida, menina constante.

E olha quem hoje se vê: uma mulher. A mesma que outrora se antevia. Conquanto seja menina em alguns momentos, isso mostra sua sensibilidade, sua mulher exterior e sua menina que ainda chora no canto do quarto. Uma mulher que faz planos para o casamento, mas que ainda escreve em diários. Que canta, sorri, não obstante ainda chore e sinta insegurança. Embora não viva de utopias , vez ou outra, de olhos fechados, está ela sonhando com alguma estória que comece com "era uma vez" e que termine com "felizes para sempre".

Ela vive, e com ela, muitos outros. Se chora, os outros choram. Se ri, os outros riem. Se vai, os outros levam. Se vem, os outros trazem. E algum desavisado poderá ler e perguntar: "o que seria isso?". Filhos, amigos, irmãos, não sei bem. Só sei que são pessoas dependentes, tal qual passarinho no ninho, esperando sua mãe retornar. Pode soar exagero, mas quisera eu que fosse! somos todos, amigos, dependentes do abraço, do sorriso, dos conselhos, da pessoa.

Hoje, ela completa mais um ciclo. A mesma menina pretinha que nasceu, conosco está, cantando e encantando, tal qual a primeira vez que foi vista na maternidade. Deus, por graça, deu-nos um anjo, e como anjos são eternos, que bom é saber que todos nós, amigos (remidos em Cristo), passaremos a vida aqui e acolá, bem junto dela.

Cleison Brugger

Adiaforia.

Vez ou outra, me pego apegado ao supérfluo
Quase sempre, estou agarrado ao fugaz
Tendo em vista que desta vida nada levo
Sim, me apego ao que a vida sempre traz.

Não, não sou indiferente ao que é efêmero
E certo é que a efemeridade pecado não é
Pecado é deixar passar o que é bom
E os erros que, de fato, controem a vida do jeito que é.

Os que, pomposamente, rejeitam os erros
Não saberá viver de maneira correta
Pois é com eles que aprendemos ter acertos
E é errando que se vive de forma esperta.

Certamente nunca aprenderemos a viver
A cada minuto, nova forma de viver se nos apresenta
Assim, o inusitado sempre nos é mister
Para que se viva de forma boa, feliz e bela.

O escritor, como já deves ter percebido, é péssimo em rima
Mas já que comecei, prometo-lhes terminar
Só venho dizer que vivam a vida
Mas vivam-na toda, até acabar.

Cleison Brugger