Tudo o que pensamos, vivemos, sentimos, queremos.

27 de dezembro de 2012

“É fácil demais viver em paz, a gente é que complica tudo”

Já diz a canção.

Já reparou? Tem horas que está tudo indo bem e de repente muda tudo, pra pior.
Existe um alguém culpado por isso? Sim.
Deus? Não. Você.
"- Eu?"
Sim, você mesmo.

 Uma brincadeira de mau gosto, um comentário sem pensar... Ações por impulso podem te levar a perder bens, e eu falo de pessoas, que podem nunca mais voltar. É da natureza dos humanos fazer o que dá na telha, é por isso que muita gente sofre e fica se lamentando e perguntando o porquê? Por que meu Deus? Eu fico imaginando Deus olhando pra nós e dizendo: você. O que mais ele pode fazer? Impedir nossas escolhas?

“É levando tombo que se aprende a andar.”

Esquece essa de que se tivesse chance de voltar faria tudo diferente, entenda que temos a tendência de fazer as mesmas coisas sempre, é da natureza dos humanos. Ou seja, iríamos cometer as mesmas coisas, se não piores que antes. A vida parece com aquelas caixinhas de conselhos, como se todos os dias a gente lesse uma mensagem e decide se faz aquilo ou não. Lembrando que para ambas as escolhas haverá uma consequência, boa ou ruim.

Você pode me perguntar: o que se pode fazer quando já está feito? Apenas aceitar o que vier e, quem sabe numa próxima vez, conversar com Deus antes de mover os pés.

Patrick Marques

26 de dezembro de 2012

Tem aquele amigo...

Imagem escolhida pela escritora do texto
Tem aquele amigo
Que faz coisas surpreendentes
Até mesmo
Quando estamos doentes


Tem aquele amigo
Que nos faz sorrir
Em muitos momentos
Até se divertir


Tem aquele amigo
Que vem no nosso ombro chorar
E nós, claro
Estamos aqui para ajudar

Tem aquele amigo
Que é inesquecível
Cada momento junto
É incrível


Tem aquele amigo
Que é mais chegado que um irmão
E tem todo o direito
De morar no nosso coração


19 de novembro de 2012

Depoimento

Não quero estar alegre, eu quero ser feliz. Não quero sorrir, quero gargalhar. Não quero a metade, quero completo. Na verdade, quero tudo! ao invés de sentir saudade, prefiro sentir falta. Quando se sente falta, é sinal de que alguém importante é necessário aqui bem perto. Ao invés de um sorriso bobo, prefiro aquele malandro, atrevido. Ao invés de comprar, prefiro ganhar. Pra quê tentar ganhar o mundo, se o que eu quero está aqui bem perto? pra quê querer voar, se é aqui, no chão, na terra, que a vida acontece?

Não quero sentar ao lado, quero abraçar e dizer pro mundo que és minha e de mais ninguém. Não suporto o por detrás, prefiro o na cara, tete-a-tete. Não aceito o que vai, prefiro o vem. Não gosto de ir embora, mas gosto quando me arrumo pra ir de encontro àqueles que gosto de verdade e que quero pra vida toda. Em mulher, prefiro vestido. E que os homens só se apresentem vestidos também. Nada de extravagante, prefiro o modesto. Extravagância só no sorriso, na paixão e no amor.

Eu não procuro um gostar, procuro um amor. Não quero o que é breve, mas o que dura e faz bem. Não quero o que satisfaz agora mas que traz dores no fim. Prefiro esperar quieto para ver o que é melhor pra mim. Não busco um "tanto faz", eu quero um "isso aí!". Não quero gastar tudo o que tenho de melhor agora, mas prefiro esperar pra mais à frente investir. É certo que o futuro a Deus pertence, mas se eu agir namoral agora, posso ter prenúncios do que há de vir.

Do resto, prefiro o simples, que de tão simples parece belo. E não espere príncipes e princesas, nem estrelas e cometas do mundo além. Tudo acontece por aqui, nos caminhos e descaminhos, vilas e vilarejos, ruas e estradas disso que chamamos de vida.

Cleison Brügger

25 de agosto de 2012

A garota do colégio



Passa ela, toda-toda, pomposa, robusta e delicada, pensando ser miss, querendo causar.
Desce as escadas, delicadamente segura o corrimão, dá um sorriso pra o menino que passou ao seu lado e olhou. Simpática demais, bonita demais, charmosa demais...
Não suporto garotas que fingem ser o que não são. Certamente, o excesso de maquiagem é pra esconder sua feiura enrustida.
Tá, confesso: ela nem usa tanta maquiagem assim!
Mas olha a mochila dela: parece um mural, de tantos nomes. Deve ser as amigas pattys dela... o quarto dessa garota deve ser o quartel general de Barbie, de tão rosa. Aliás, magenta, tamanha a frescurisse.
Ela passando e os garotos olhando. Parece regra. Se passar por mim, viro a cara num lapso, pra mostrar que desaprovo seu comportamento menina demais. É até melhor, que é pra essa aí saber que não sou igual aos outros. Se passar, direi com um olhar: você não me encanta.

E lá vem ela, logo em minha direção. O que eu fiz, meu Deus? aula às 7hs, primeiro tempo de Física, agora essa garota... é demais pra um dia só!
E ela anda desfilando... se toca, isso não é um concurso!

Passou. Sorriu. E pra garota encostada na pilastra da frente, disse: "e aí?" 
(Garotas não cumprimentam assim!, penso)
E o que é aquilo escrito na mochila dela? "eu sei quem trama e quem tá comigo"
Isso é coisa que se escreva em mochila? tá que eu também gosto de Racionais , mas que contradição o andar dela com essa suposta malandragem. Se liga garota, Na escola que você estuda, eu fui expulso por ser malandro demais.

"Depois da aula, aquela partida?", ouço ela dizer.
Ah, fala sério! marcando partida de sei lá o quê com o garoto do 2º ano! Conheço ele, ele é um amante de PS3 e xbox, mas pára, ela jamais jogaria algo assim! o que ela deve gostar mesmo é de chorar vendo filme romântico.

E o que é isso aqui? uma caneta. Ah, não me diga que ela deixou cair quando passou por aqui...

"Ei, menina!"

Bem, deixa eu exercer cavaleirismo e ir atrás dela devolver.
(Não é sempre que a garota dos sonhos deixa a caneta cair logo na sua frente)

Tá, confesso: me apaixonei. Não resisto a essa mistura de meiguice e malandragem!

Cleison Brügger

13 de maio de 2012

Um tributo a minha mãe

Mãe, o primeiro riso sincero que vi foi o teu. Na verdade, nunca vi alguém tão feliz por, um dia, ter me visto. És prova de sinceridade, lealdade, amor. Pelo melhor amigo não te troco. Pelo maior romance não te nego: és tu meu grande amor.

Sei que sofreste para que eu viesse até aqui. O parto foi complicado, sei bem.
Testemunhas oculares dizem que quase perdeste tua vida, para poupar a minha.
Vejo nisso um brilhar de Jesus Cristo. Se Ele é autor da fé e da vida, tu és a co-autora,
pois em olhando para ti enxergo Deus, o amor e os atributos imaculados que só uma mãe pode ter.

Sei que, por muitas vezes, deixo de te fazer coisas porque acho que estou crescido. Não peço a bênção, não dou abraço e não digo que amo. Na verdade, estou em grande pecado, pois o próprio Altíssimo entendeu o teu valor, imputando-lhe um juramento: "honra a tua mãe para que se prolonguem teus dias sobre a terra".  A Bíblia chama este de "o primeiro mandamento com promessa". Ter das bênçãos está condicionado à obediência a ti, mãe. Viver mais é sinal de te amar mais, e honrar-te.

Como tu és bela. Teu sorriso, tua seriedade, tua compostura. Vez ou outra te pego em flagrante com a porta aberta me deixando completamente perplexo: estás a orar por mim. Vez ou outra te encontro com os olhos avermelhados. Decerto, acabara de sair da presença do Senhor, rogando a Deus por minha vida. És aquela que torce por mim, mãe. Pelo meu sucesso, triunfo, conquistas. De ti não vem invejas. Aprendi o que era falsidade com os outros, nunca contigo! Sempre falas na minha cara e nunca por trás! Nunca medis as palavras! Os safanões, de igual modo, foram sem medidas. No entanto, não morri. És a única pessoa que mesmo me batendo, não consigo deixar de amar. Mesmo me mandando engolir o choro, sempre me dizias que me batia por este e aquele motivo. Contigo aprendi, mãe, que nem todo beijo é amizade e nem todo tapa é de má fé.

Hoje não é teu dia. Um dia para ti é pouco. Teu são os meses, os anos, os milênios! És bela rainha, que mandas e desmandas e faz o mais profícuo dos poetas se calar. Uma palavra tua, e quase tremo. Tua palavra tem poder, mãe. Está sol lá fora, mas se tu diz que vai chover, lá vem temporal. Se diz que vai esfriar, é melhor levar a jaqueta. Tens cuidado de mim, mãe, como ninguém. Quando eu caio, o meu mais chegado amigo ri, antes de ajudar, mas você, me levanta, olha pra mim e pergunta se estou bem. Nunca ris de mim. Sempre ris pra mim. Perdão por não retribuir, mãe.

Dizem que só damos valor quando perdemos, mas não quero te perder pra dar valor. Quero te valorizar ao extremo, até o dia em que a morte interferir na vida e te levar de mim ou eu de você. Enquanto isso, te honro, para viver muito, ao teu lado.

Cleison Brugger

7 de abril de 2012

Distância

Você ai, e eu aqui, com uma vontade louca de te abraçar. Mas me contenho. Dou tempo ao tempo. Ele dirá quando e como deverei avançar mais alguns passos, embora eu não entenda o porquê não posso te ter agora.

Olho ao redor. Vejo outras pessoas. Com outras pessoas quero dizer que vejo casais. Eles se abraçam, se entreolham, se beijam. E eu aqui, olhando você e querendo fazer contigo tudo o que os casais em volta têm a liberdade de fazer. Mas me contenho. Sei do seu jeito. Ele é introspecto, ensimesmado. Quando muito, acanhado. Gosto dele. Me fascina. És diferente. Por isso te quero. Te quero, é certo, mas num tempo oportuno.

Quem sabe a saudade que reina entre nós dois nos deixe ainda mais apaixonados? quem sabe um pouquinho de distância seja essencial para aquecer esse sentimento? estás tão perto, conquanto tão distante. Teus lábios, teu olhar, tua doçura me atrai. Te quero, é certo, mas a insegurança que reina em mim, - ou quem sabe entre nós dois - , faz parecer tudo uma paixão pueril. Te quero, mas adulto. Quero saber tratar contigo. Quero ser um homem completo pra você, com pegada, doçura, carinhos e romantismo. Quero te dar beijos, mas também flores. Quero beijar tua nuca, mas te escrever alguns versos em prosa. Anseio pelo dia que poderei te abraçar na frente de todos e dizer: negada, ela é minha! e de mais ninguém. Enquanto esse dia não vem, me contenho, ainda parado, olhando você. Nesse interim, uma briga dentro de mim. Alguém diz: vai homem, toma posse do que é teu. No que outro alguém refuta: espera homem, pensa nas consequências. Nesta briga, me contenho, penso em tudo. Alimento dentro de mim um amor, mas fora de mim um olhar sério, rústico, emblemático, quase negligente. Perdão por parecer difícil. É mania. A masculinidade tem dessas coisas. Faz parte de quem está amando, ou querendo amar, ou ainda, querendo ser amado.

Na minha cabeça, tudo é um sonho. Na realidade, tudo parece ser tão difícil. Mas ainda assim, vou levando tudo com um sorriso atrevido, malandro, mas sincero. Nada de sarcasmo. Contigo não há ironias, mas há o paradoxal malandro-doce, que é aquele perfume gostoso que só de sentir o cheiro te faz suspirar. Bem, suspire à vontade. Eu deixo. Aliás, eu quero. Enquanto isso, eu fico aqui, me contendo.

Cleison Brügger

28 de março de 2012

Brasil, cada vez mais pobre

Em contrapartida o Eike Batista estar ficando cada vez mais rico (esse é um dos motivos de o Brasil estar se tornando cada vez mais pobre. Quando um rico enriquece, um pobre empobrece ainda mais), o Brasil está ficando cada vez mais pobre na graça, na espiritualidade, na poesia. Como disseram, Chico Anysio e Millôr Fernandes desfalcaram o time de gênios brasileiros. Dois grandes ícones do humor brasileiro se foram. Um, fazia graça no fazer. Outro, graça fazia no escrever. E eram mestres no que faziam!

Foi-se Chico. Foi-se Millôr. Foi-se uma parcela da pouca sanidade mental deste país. E - tendo em vista Millôr morrer exatos cinco dias depois de Chico - se ficar morrendo gênios por aí com 5 dias de intervalo, não sei o que será desta nação tupiniquim!  E, de fato, isso me traz uma frustração considerável: os velhos desta terra estão morrendo! a nossa riqueza que, embora tenha passado da casa dos 80, está mais lúcida do que muito jovem de vinte por aí.  Nossa gente da época da Ditadura e da 2ª Guerra estão partindo... as histórias destas épocas perderão a graça, visto que teremos que ler livros para sabê-las, já que não mais as ouviremos por eles ao pé do ouvido.


 Chico sim sabia fazer humor! embora tenha humorista por aí afirmando que seu humor é ácido (ácido agora é sinônimo de ruim?), Chico nunca decepcionou ninguém! Que fique claro que Chico Anysio não foi um Ari Toledo que deu certo. Chico compilou o humor desta nação, tanto que os "produtores" o acharam velho demais, quando ele saiu do semgrassíssimo e pedante Zorra Total, afirmando que mulheres boazudas sem graça não tem nada a ver com um programa de humor. Nosso gênio tinha caráter! Era o nosso Roberto Bolaños quando, num humor limpo (e não negro, como a nossa época tem aplaudido), fazia rir gente de todas as idades e aparências.

Millôr se for. Sarney ficou. E esse é um dos maiores motivos de dizer que o Brasil (de forma mais acentuada, o Maranhão), está ficando cada vez mais pobre, e viver nesta terra está perdendo sua graça. A gente que está ficando é corrupta demais, chata demais, insciente demais, exagerada demais. Nossos gênios estão indo embora, pois os padrões deste tempo, para eles, tornaram-se antagônicos, embora Millôr tenha tido sucesso no blog e twitter. Gênios sabem interagir com o seu tempo. Enfim, a TV perde sua graça e os jornais sua subversão. E isso me deixa profundamente triste. Como Millôr disse, a gente só morre uma vez. Mas é para sempre, e isso é desanimador, no que tange aos gênios. Mas sou otimista, já que, para Millôr, um otimista é uma pessoa que não tem certeza sobre o futuro desse país. Com a expectativa de vida na casa dos 73, 2 anos, vamos vivendo nessa pátria amada chamada Brasil, lembrando dos gênios que morreram e tentando rir com essa patota que se diz humorista, embora vídeos amadores tenham tido mais sucesso do que programas consagrados, "e o salário ó?", como bem nos lembrava nosso eterno professor Raimundo que, enfim, terminou de lecionar aqui.

Cleison Brügger

22 de março de 2012

Intrínseco

É dele, e ninguém tira. 'stá nele, e não há quem ouse argumentar. É dele a vontade de amar outro alguém, assim como também é dele querer viver um outro amor. É dele a euforia e o monotonismo. É dele as ondas e as pedras. Ora ele quer dia, ora ele quer noite. É dele esse querer paradoxal.

Às vezes, quero. Por vezes, tento. Raramente consigo. Mas e daí, se um dia me nasceu a vontade de sorrir e ser feliz? se um dia, bem sei, os botões se tornarão em lindas flores? se a qualquer hora dessas o sino soará até o mais extenso badalo - o barulho das 12 horas? eu sei, e espero. É meu, e ninguém tira! 

Cleison Brugger

6 de março de 2012

Pseudo-vidente

Um fracasso, uma farsa! Isto sou, nesta posição de vidente falido. Minha bola de cristal é dedutora e meus pálpites são simplórios, pois pensando saber alguma coisa e movido pelos ventos da [in]certeza que me faz ter [in]segurança nos palpites ilusórios, acabo sendo envergonhado com o desfecho completamente diferente daquilo que previ.

Aliás, videntes somos. Não apenas eu, não apenas tu, mas essa raça de gente que movida pela afã de querer saber dos eventos futuros e daquilo que a vida haverá de trazer, ficam ansiosos e fazem previsões utópicas.

Mas isso não é mau. Aliás, mau é ficar parado esperando acontecer. Os que querem que aconteça, pensam, sonham, planejam e estas coisas só os leva a ação. Os sonhos não determinam o lugar onde chegaremos, mas produzem a força necessária para tirar-nos do lugar em que estamos. Então, por mais que eu seja um vidente fajuto, sou um vidente feliz, pois por mais que minhas previsões sejam errôneas, elas me levam a algum lugar. Aliás, quem foi que obrigou o vidente a acertar suas previsões? ele acerta se quiser, se estiver afim de que realmente aconteça. Videntes possuem olhares futurísticos e isso os ajuda a esquecer da problemática que o tempo presente traz. Aliás, o futuro é o único tempo desconhecido, pois o passado (que passou) nos traz lembranças, e se traz lembranças é porque já foi vivido; o presente, que embora tão aqui, parece estar tão lá, pois cada dia é um tempo presente e o passado é apenas um tempo presente que se foi; e o futuro, este belo rei adormecido, esperando na mais alta torre, alguém que lhe desperte com um toque de realidade. E quem o despertará? o vidente, pois ele anteviu onde o rei estava e conseguiu o alcançar, pois enquanto os outros esperavam o futuro chegar, o vidente foi além e fez o futuro acontecer no presente, abraçando o rei e dizendo sarcasticamente: "Bem que eu pensei em você, muito antes de você chegar."

BRUGGER, Cleison.

2 de fevereiro de 2012

Mudanças


As mudanças do homem - não em sua totalidade, é claro -, concernentes a si mesmo, começam quando ele ouve a respeito de si pela boca de outros. Se ouve que tem falhas no caráter, se propõe a melhorar. Se ouve que erra sobremodo, dá um jeito de acertar. Se ouve que é emburrado, tenta, então, ser feliz. Se ouve que é muito sério, logo depois vem vestido com camisa listrada (camisa listrada acaba com a seriedade!)

Não de todo, mas às vezes, é necessário ouvir a outros. Tem coisas sobre nós que só sabemos porque alguém nos disse (acredite! experiência própria). Existem chatices em nós que, se soubéssemos que eram chatices, jamais que as teríamos. Mas só sabemos que há, porque alguém as apontou.

Contudo, eu, particularmente, considero isso perigoso. Nem sempre opiniões e juizos de valor alheios devem se tornar diretrizes para a vida.  Na verdade, quem te conhece de fato, senão você mesmo? Não digo com isso que a opinião dos outros é inválida. Na verdade, existem espinhos em nós que só percebemos quando os mesmos ferem a alguém. Mas saiba a quem ouvir. Tem gente que mal sabe o nosso nome, e mesmo assim quer meter o bedelho na maneira como deveríamos proceder, nos vestir ou a raça de cachorro que mais combina com a gente. Ouça aqueles que te conhecem! que sabe de suas manias, maneiras, mazelas. Ouça os que te ouvem. Quem jamais ouve outrém não é digno de ser ouvido falar.

É em vivendo que se aprende a viver. Ninguém jamais será um exímio paquerador se jamais uma segunda pessoa se apresentar para o colóquio. Só quero dizer que, antes de sair às ruas, conheça a si mesmo. Não há nada mais suspirante do que sair nas ruas e encontrar, na massa desenfreada, um alguém gentil, educado, sóbrio. É um acalento! Isso se dá porque antes do supracitado alguém ouvir a outros, ouviu a si mesmo. Em pensando fazer outros felizes, fez feliz a ele primeiro. Como alguém uma vez disse, "se você é solteiro e é infeliz, é porque nem você se aguenta". À parte os que sempre terão o que dizer de nós, é deveras essencial a auto-crítica. E se, depois disso, ainda ouvires rumores a respeito de ti, diga: "falem mal, falem bem, mas falem de mim". Tem gente que gasta tanto tempo falando dos outros, que não sobra tempo de olhar para si e mudar a si mesmo.

Cleison Brugger

26 de janeiro de 2012

Salve, salve!

Salve a madrugada, salve o silêncio, salve o sono, salve a Coca, salve o trem e o barulho que faz aqui em frente.
Salve os amigos , salve o Salva e as comidas que ele faz.
Salve a Vila, a Freguesia, salve o Chico, salve a poesia, salve os vestidos, salve a saudade, salve o passado, o presente e o futuro.
Salve os chatos, os legais e os mais ou menos. Os essenciais, salve e salve. Salve os grandes, salve os pequenos.
Salve Cartola, salve Tom e Vinícius, salve o samba e nos salve do pagode. Salve as rodas, as cantigas, os coretos e as marchinhas.
Salve a malandragem, mas só a boa. Salve o futebol, minhas pernas e meus dribles.
Salve a madrugada, as corujas e morcegos, salve as estrelas, salve Garrincha, seus dribles, e a tortidão de suas pernas.
Salve o mar, salve o vento, salve as fogueiras, os acampamentos, salve as conversas ao pé do ouvido, salve os amigos de ontem e de hoje.
Salve a lua, salve a lua, salve a lua, a cheia, a crescente e a nova, a minguante não. Salve a míngua da tristeza e a abundância da alegria.
Salve o Rio, salve o Rio, salve o Rio, seu solo, seu subsolo, seu mar, salve sua gente boa, salve sua alegria escancarada.
Salve o amor, salve a dor, salve a vida, salve os que dormem, aos que trabalham, salve aos que dormem no trabalho. Salve os que só dormem.
Salve o careca, salve o sarará, salve as crianças, salve o corriqueiro, o ordinário, salve o extraordinário, mas só de vez em quando.
Salve o alumbramento, salve Pessoa, salve Drummond, salve Veríssimo, mas só o Érico, salve o futebol, salve os olhos que enxergam, que também vejam.
Salve a minha noite, salve o açaí e tudo o que se faz com ele, salve o wifi, salve as redes abertas, salve a Vila Maria, salve Santa Teresa e o Catumbi.
Salve os Mercados Municipais do mundo todo, mas só os que servem pastel de queijo mineiro, salve a Tubaína, e a Guaranita também.
Salve o salve, salve os que salvam, salve o Salvador, salve a salvação, salve o salvar, salve e salve.

Fabricio Cunha

16 de janeiro de 2012

Um amor que jamais acaba

Ah, o namoro! Que fase bonita! um casal de namorados são comparados a um casal de pardais. Se entreolham, se abraçam, se amam. Há uma reciprocidade na relação de dificil comparação. Realmente, é um privilégio quando se acha a "cara metade".
Quando namoramos, ansiamos pelo momento em que encontraremos nossa paixão. Existem namoros (os mais conservadores, digamos), onde os namorados só se vêem aos sábados, ou as Quintas, ou seja, um dia apenas na semana. Quando o dia marcado se aproxima, ficamos num estado de êxtase. Queremos porque queremos ver aquele que amamos. Quando o momento acaba, parece que passamos um tempo menor do que o esperado e ficamos desolados. Isso acontece porque o relacionamento está atado pelos laços do prazer e do amor. É bom estar com a pessoa amada, por isso, queremos o casamento: queremos estar cada vez mais perto daquele(a) que amamos.

Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças. ( Marcos 12.30)

Quão grande pecado é quando valorizamos estas coisas mais do que Deus. Muitos de nós dizemos que amamos a Deus, mas nossa vida diária, nossos desejos, paixões e prioridades revelam o completo oposto. Parece que falar com Ele é intediante e, por isso, reservamos pouco tempo para a oração. Para não sermos injustos, oramos antes de dormir para não sermos taxados de "mal agradecidos". A leitura bíblica também é chata. Não há prazer em ouvi-lo falar. Meditar nas Escrituras? ora, eu até li, mas não prestei muita atenção. O jejum se tornou uma prática obsoleta e extinta, embora frequentemente requeremos alguma "prova de amor".

Amar de lábios não é amor. Quando, de fato, amamos, queremos provas deste amor. Os que, de verdade, amam a Deus, como Paulo consideram "tudo como perda diante da vantagem suprema que consiste em conhecer Jesus Cristo, meu Senhor" (Filipenses 3.8). Quando temos a Deus, até podemos amar outras coisas, mas não amamos nada mais do que a Deus, porque Ele é a realidade mais impressionante do Universo e o Tesouro pelo qual daríamos as nossas vidas para ter. Quem ama a Deus não acha que o "Orai sem cessar" (1Ts. 5.17) é um exagero. Na verdade, eles não sossegam enquanto não oram. E se não podem orar, emudecem. E quando podem orar, dizem: "Doce hora de oração!". Orar para os que amam a Deus não é uma obrigação moralista, e sim, um prazer que flui do amar ao Senhor. Amar a Deus acima de tudo é amá-lo mais que a nossa própria vida! é considerar tudo como perda e Cristo como ganho! é dizer para Deus: "Senhor, lembra de como eu sou feliz quando estou com meu namorado, mesmo depois de passar longos dias sem vê-lo? então, tudo aquilo é NADA, comparado ao prazer que tenho em Ti!"

Cantar que "Não temos outro bem além do Senhor" é coisa séria! implica afirmar com a nossa vida que até aquilo que consideramos mais prazeroso, somos capazes de abandonar, se isso afetar nossa relação com Deus. O salmista disse: "Na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente" (Salmo 16.11). Me responda: existe algo mais pleno que a plenitude? me responda novamente: há algo mais perpétuo que perpetuamente? então, são exatamente estas as palavras que o salmista usa para expressar quão valiosa é a presença do Senhor, é o estar com Ele, é o tê-Lo acima de todas as coisas. De fato, ninguém consegue oferecer mais do que o Senhor. Os prazeres deste mundo passa, mas a alegria que vem de Deus, é plena e perpértua. Ninguém oferece mais do que o Senhor!

Vem provar do amor que Ele tem ♫

Paz à você,
Cleison Brugger.

9 de janeiro de 2012

Tempo meu, tempo eu


Andei pensando e cheguei a uma conclusão: Preciso de um tempo meu!
Sim, um tempo meu, tempo eu.
Um tempo onde eu possa ser egoísta sem atingir ninguém.
Sei lá quanto tempo! Cinco, quinze minutos, uma hora, dias talvez.
Agora não sei mesmo, mais isso só eu decidirei ou perceberei.
Um tempo para que eu possa me ouvir. E ouvir só a mim, que fique claro! Sem ofensas, não me entenda mal, mas convenhamos que existam momentos de tanta turbulência que não conseguimos sequer nos escutar. E nós precisamos disso, precisamos nos entender minimamente. Não acha?!
Chega a ser irônico, mas é necessário pôr os dedos nos ouvidos e tapá-los para que, assim, eu ouça o retorno do que eu digo e o que eu penso de mim mesma.
Eu preciso reaprender a falar comigo – tarefa aparentemente fácil, não?! Mas é muito complicado! Transferirmos isso para voz ativa, e assim conseguirmos agir.
E a teoria nos engana mais uma vez.
A prática grita: - Vamos, reaja! Coragem!
Ao ler, parece tudo tão louco, talvez até incoerente. Mas nesse tempo meu, o eu vê coerência, e afinal, não é isso que importa?
É, realmente preciso de um tempo eu.


Anne Albuquerque