Tudo o que pensamos, vivemos, sentimos, queremos.

27 de outubro de 2011

Um pouco de cada fase.

- Você mudou!, diz alguém, sorridente, olhando seus cabelos.
- Você mudou, diz outro alguém, este cabisbaixo, tentando não chorar.
Mas, a bem da verdade, o que dizes de ti mesmo? mudaste, de fato? se sim, com exclamação ou sem? (se não entendeu, perceba a diferença das frases que, acima, aparentam ser iguais).

Vivemos mudando, uns pra mal, outros pra bem, mas mudar é inevitável. Vivemos num mundo onde lagarta vira borboleta, onde gente nasce sem dente, cresce e com ele os dentes e quando está pra morrer, cadê os dentes? se foram de novo! As coisas mudam, o tempo passa, a vida é breve!

Certo dia, ouvi de alguém: "você mudou, não é mais o mesmo". Bem, como dito acima, dependendo da perspectiva, pode ser tanto uma crítica como um elogio. Mas fui sábio o suficiente para discernir o que era, de fato. Depois dessa constatação, que eu mesmo já havia feito antes, fiquei numa linha tênue, entre o ir e o voltar: não sei se volto a uns quatro quarteirões e tento achar quem fui e hoje deixei de ser ou se continuo andando, e por conseguinte mudando, até achar quem realmente sou. Há momentos, que me acho completamente formado, mas não demora muito e me sinto completando imaturo. Não sabemos o que somos, não sabemos quem fomos, só sabemos que mudamos.

Olhamos aquela nossa foto, antiga coitada, e constatamos aliviados: - Graças a Deus, eu mudei! Mas então vem a consciência, não sei se pesada ou leve, não sei por quem enviada, e nos questiona: mudastes pra mal ou pra bem (dizer só da aparência não vale!). E seu sorriso, mudou? aliás, seus motivos de sorrir, mudaram? mais aliás ainda, sua vida, como está? tem gente que muda tanto, que chega num estágio de 'evolução' que se fizerem um antes e depois dela, diriam: é impossivel que ela tenha sido assim pra chegar a ser o que é hoje!

Que a vida mude, não eu. Quero ter um pouquinho de mim ao passo que eu for crescendo. Para ser mais poético (ou coerente, sei lá), quero um pouco de cada fase. Quero ter o sorriso da criança que fui (só pode escolher uma coisa?), a subversividade da adolescência, a facilidade do amar da juventude, a seriedade da vida adulta e da terceira idade... quando eu chegar lá, digo o quero dela.

BRUGGER, Cleison.

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