Tudo o que pensamos, vivemos, sentimos, queremos.

13 de outubro de 2011

Olhem para as crianças.

Uma angústia no íntimo. Um desejo de abandonar as afeições. Não suporto o fato de maquiar tristeza com um sorriso. Se você é falso a este ponto, parabéns! só um grande artista consegue esta proeza. Ultimamente, meus pensamentos têm entrado em conflito. No que crer, no que ser, como ser... o que amar, a quem amar, como amar...

Sinto falta de atos. Cansei das palavras. Nossa gente fala demais e isso me dá náuseas. Ao invés de dizer amor, porque não amar sem dizer? ao invés de dizer por trás, porque não damos as mãos e dizemos: "não me importa suas falhas, pois também as tenho, talvez mais que você"?

Na verdade, o que sinto é carência. Carência de sinceridade. Hoje tudo é tão falso, que de vez em sempre me convenço que o planeta em que vivo é postiço. Há tanta superficialidade, tantos risos na fronte e tanto ódio por detrás... e o pior é que quem faz estas coisas não é um cara que você conhece de vista, mas muita das vezes amigos, pessoas que você estima acima de qualquer suspeita. É estranho viver num mundo onde os semelhantes se acham superiores. É difícil viver numa esfera de indiferença e falsidade, quando as pessoas se parecem e a única coisa que os diferencia é a cor. Temos a mesma origem. Temos um mesmo destino. Todos viemos de ventres maternos. Todos iremos ao seio da morte.

Já parou para pensar que as coisas que julgamos boas, às vezes cansam? afagos cansam, elogios cansam, abraços cansam, rir cansa, palavras cansam. Mas o que não me cansa é a sinceridade. Pois para mim (e, creio, para você) afagos sinceros, elogios sinceros, abraços sinceros, risos sinceros e palavras sinceras jamais cansarão. Percebe que se as coisas fluirem pelo canal da sinceridade, as outras coisas poderão não ser tão intediantes como, por incrível que pareça, podem vir a ser?

Por isso gosto de crianças. Elas são sinceras. Um riso de criança é bonito (mesmo que faltem os dentes da frente), porque é sincero. Dá prazer de ver crianças brincarem porque há sinceridade. Me emociono com um beijo um ou abraço de uma criança, porque é a forma mais autêntica de sinceridade. Não é à toa que o Mestre ensinou: "sejam como crianças, elas têm muito a ensinar a vocês, raça de víboras!", que destilam veneno pelo prazer, sem se importar se a presa viveu ou morreu. Que tempos os nossos!

BRUGGER, Cleison.

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