Tudo o que pensamos, vivemos, sentimos, queremos.

14 de maio de 2011

Sonhar e viver.

Sonhei. Sonhei, mas não um sonho. Lembro que, no sonho, queria pensar estar sonhando, mas no sonho que sonhei, tudo aquilo não era um sonho. No sonho, fechava os olhos e abria, tentanto des-sonhar o sonho, mas o sonho que sonhei quis que eu continuasse sonhando. Lembro que chorava no sonho. Com razão chorava, enquanto sonhava algo que parecia não ser um sonho. Até que despertei.
*
Despertei, querendo que fosse um sonho. Despertei melindroso, com a alma gélida e com o rosto flácido. Ao levantar, quis deitar. Abri os olhos e logo os fechei, querendo sair da realidade em que estava, tentando re-sonhar o sonho que não sonhei; mas a vida que vivo não me permite viver de sonhos. Não acordei em choro, mas chorei enquanto acordado. Com razão chorava, quando vivia aquilo que embora eu quisésse que fosse um sonho, era a mais pura realidade.
*
A diferença entre o sonho que sonhei e a vida que vivo, é que, ao contrário do sonho que sonhei, a vida é uma constante. A diferença é que, vez ou outra, sonho estar em Pasárgada, enquanto na vida que vivo, vivo diuturnamente na motononia. A diferença é que, no sonho que sonhei, embora tenha sonhado com meus temores, acordei, enquanto na vida que vivo, ou vivo a vida, ou vivo um sonho que não se quer sonhar.

Entre viver e sonhar, tudo depende de como se sonha e de como se vive. Se mal, não há prazer, se bem, logo despertaremos.

Cleison Brugger.

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