Tudo o que pensamos, vivemos, sentimos, queremos.

5 de setembro de 2013

Irmão mais velho


Irmão não vem, já está. E fica, quando todos se vão. E brinca, quando tudo o mais é sério. E diz, quando silenciar é preciso. E implica, quando a gente menos espera. Se vai, num ímpeto de rebeldia, mas vem, dizendo então que vai ficar. E deita, no quarto dele, no meu, no nosso. E senta, pra ver tv, não pra jantar. Se enrola, quando a desculpa não é tão boa. Se impõe, quando o menor está em perigo. E bate, em quem for preciso pra defender. E ri, como se fosse ontem que se machucou. E entende, quando não estou bem para conversar. E insiste, puxando assunto e me fazer falar. E grita, quando em discordância nós nos encontramos. E xinga, a mim, a mãe, ao mundo, um subversivo. E adora as revoluções do nosso país. Mas guarda as conservações dos tradicionais. E gosta de música alta até a madrugada. E acorda, logo bem cedinho para trabalhar. E chega, com a mochila suja e corpo suado. E deita, meio sem conversa, querendo dormir. E a gente, que olha isso tudo, sente logo falta. A falta que faz o menino que outrora víamos lá na ruazinha, que tal qual moleque bagunceiro, brincava de bola, e de soltar pipa. Agora, o garoto cresce, vira logo homem e vai trabalhar. Mas mesmo grande uma coisa é certa, ele sempre foi e sempre será: meu irmão.

Cleison Brugger.

Nenhum comentário:

Postar um comentário