Tudo o que pensamos, vivemos, sentimos, queremos.

27 de junho de 2011

Ao amigo, com carinho.

Sei que prometi a mim mesmo não fazer deste blog um espaço para assuntos outros, a não ser os devaneios que me vem a todo instante. Porém, como não sou dado a regras, dou as mãos a excessão, pois é certo que as coisas especiais merecem seu espaço, mesmo que seja para uma breve apresentação.
---------------------------------------------------
"Devido ao aumento da maldade, o amor de muitos esfriará" (Mt. 24,12)
Num âmbito social, certamente o verso em apreço faz muito sentido, visto que, dia após dia, pessoas se entregam ao (des)amor e a (des)humanização. Certo é que, contrariamente, não temos o direito de pensar, já que, um dia dito por Cristo, isto só pode ser a verdade. Todavia, paradoxalmente, as coisas se invertem quando se trata do âmbito divino, e posso dizer que a amizade com Matheus Bastos diz bastante sobre isso.

Meu ciclo de amizade sempre foi volúvel. Nunca fui uma pessoa de uma amizade só, o tempo todo. Ao passar dos anos, tive muitos "chegados", os que eu mais conversava, mais brincava, mais gostava. Mas posso dizer que as coisas mudaram quando, num tempo que não lembro, comecei a gostar da idéia de iniciar uma amizade com um menino mais novo que eu. Na verdade, eu o via mais nas festas do meu primo, e tudo garantia que ele seria um bom amigo para o garoto que morava no prédio ao lado. Contudo, Matheus cresceu, e cresceu muito. Cresceu tanto, que os padrões de meu primo tornaram-se antagônicos e inaceitáveis para ele. "Isso é coisa de criança", talvez pondera-se.

Logo na pré-adolescência, ele se tornou adulto antes do tempo. Adulto mesmo, no pensar, no agir, no ser. Talvez isto tenha iniciado com a perda de algum fundamento importante, ao qual lhe obrigou a se tornar o homem da casa, o chefe de família, menino-adulto. Verdade é que, por trás de todas as coisas, Deus agia nas entrelinhas, preparando bons fins. Enquanto os da sua idade só tinham por preocupação passar de ano, ele já projetava sua futura empresa e seu escritório. Nunca duvidei de seus projetos e sonhos. Aliás, é tão intensa a confiança que ele tem em si mesmo, que nos leva a crer que as coisas certamente acontecerão. A seu tempo, mas virão.

Ao passo que víamos um garoto, víamos um homem. Talvez na indecisão (leia-se amadurecimento) do que ser, optou por seu adulto. Até que, num dia qualquer, nos encontramos. Eu, com minha vontade de amadurecer e ele, decidido a crescer. Em conversas-diversas, vimos que tínhamos coisas em comum: sem amores, com temores, não-doutores, sonhadores. Infelizmente, ainda hoje não consigo ajudá-lo no amadurecimento, visto que não consigo ajudar-me, mas ele, com maestria, consegue auxiliar-me, pois sabe o que é crescer, pois não aprendeu com os livros, mas com os fatos.

Hoje, entendo melhor o que disse o sábio: "existem amigos mais chegados que irmãos" (Pv. 18,24) e o sábio tem razão. Na verdade, Matheus se tornou o irmão que eu nunca tive. As brigas, conversas, brincadeiras e afetos que temos, comprovam isto. Crescemos juntos, cremos juntos (quem sabe, um dia, calvinistas), estamos juntos. Às vezes, brigamos pelo caminho, discutimos trivialidades, conversamos bobagens, não obstante, os assuntos sérios e complexos sejam, geralmente, colocados à mesa.

Assim posto, venho parabenizar o amigo, o caro, o colega, o irmão Matheus Bastos, grato a Deus pela bênção que a nós (muitos outros) foi dispensada e pedindo a Deus que, mesmo nesta época iníqua, o amor, a amizade, os abraços e afetos não se esfriem. Feliz 16 anos, é o que eu desejo.

No amor de Cristo, que fortalece as amizades,
Cleison Brugger.

Nenhum comentário:

Postar um comentário